Nota do Autor: Este conto é imaginário: Qualquer semelhança com
fatos reais e mera coincidência.
Nesse cenário de tantos
atores em conflitos, qual seria o papel do cidadão quando percebe que seu filho
não está bem? Foi ai que liguei para o “SAMU”, a fim de marcar uma consulta
para Andre Zinho. O telefone tocava... Tocava... E ninguém atendia. Resolvi
pessoalmente...
Troquei de roupa e fui para o ponto de ônibus. Passou um...
Dois... Três... Dava-se a impressão que estava cheio. Mas com jeitinho se o
motorista quisesse poderia me levar.
Ao entrar no quarto ônibus,
aproximadamente dois kilometros ouvi um ruído estranho e logo em seguida veio à
ordem: “Aí tia, todos devem descer imediatamente, se o motorista não quiser
parar dar-lhe-ei uma coronhada”. E no mesmo instante o ônibus para. Foi um
corre; corre gritaria de horrores e logo após percebi que alguém apressadamente
saia de bicicleta e estava com um capuz que cobria o rosto, com uma máscara
carnavalesca e ao mesmo tempo o ônibus estava sendo engolido por chamas
ardentes.
Pensando no meu filho, eu teria de qualquer maneira marcar sua
consulta com um pediatra. Abri a bolsa, havia uns trocados... Calculei dá para
pagar um taxi. Chegando ao pronto atendimento de saúde, a fila estava enorme;
ainda bem que lá estava minha cunhada que tratava de obesidade; que logo fez
sinal para mim, afirmando desistência, pois estava ali desde ás 04 da manhã e
gentilmente ofereceu o seu lugar, pois não aguentava mais a fome.
Deu-me um
abraço e saiu. Dentro de 40 minutos aproximadamente chegou a minha vez fazia de
tudo para manter-me calma: - Por favor, senhorita, meu filho necessita urgente
de um pediatra. Tentei marcar pelo telefone, como é orientado pela propaganda.
- Senhora! Desculpa-me, estão cortadas as linhas, falta de pagamento. Quanto ao
pediatra estamos aguardando a vinda do programa “Mais Médicos”. Como a Senhora
disse ser urgente vou colocar um lembrete nessa agenda, anexando à requisição
da consulta.
Assim que tudo normalizar ligarei para a sua casa.
Confesso que
sai dali mais calma, talvez seja a elegância da recepcionista. Andando pela Rua
e refletindo, por quê? Massacre, execução, a luz do dia, Por quê? Matança
indiscriminada, chacina? Busco palavras para expressar o que vem acontecendo no
bairro em que moro, nas grandes e pequenas cidades? Será que o estopim de tudo
isso está vindo de nossa organização política? Os exemplos que estão vindos de
cima para baixo? Somos um Pais profundamente marcado pela propaganda mentirosa.
Nossos trabalhadores que podemos chamá-los de classe operária têm uma renda per
capita que não passa de 300 dólares mensais. São tantos os questionamentos que
até esqueci-me do meu filho; mas graças a Deus a febre já havia cedido.
Após um
mês, numa sexta feira o telefone toca: - Senhora e do “SAMU” me confirme o seu
endereço, pois irá a sua residência uma Equipe que faz parte da saúde da
família, ela terá a missão de colher o sangue do garoto, aferir a pressão
arterial e a temperatura. “Questionei”- Por favor, queria que um pediatra visse
meu filho. - Logo após esses exames de rotina, com os resultados em mãos, seu
filho, mãe vai ter o encontro com o pediatra. Ligarei para a Senhora.
O tempo
foi passando, com a troca das estações havia melhora e piora às vezes a virose voltava
febre alta, alteração no sono e não tinha vontade de se alimentar. Os meses iam
passando, o que vou relatar parece inacreditável, a tal ligação não aconteceu.
Criei coragem e novamente fui ao SAMU, só que desta vez me precipitei; perdi a
calma. Mas a atendente com todo cuidado quebrou o meu estado de ansiedade, com
o seu carinho me conquistou;
- Calma mãe! Está aqui o pedido da consulta com o
pediatra. Mas infelizmente houve um deslize e o resultado do exame que o seu
filho fez desapareceu, foi extraviado. - Mas como? - Vamos abrir uma
sindicância e punir os responsáveis. A Senhora pode ir para casa, prometo
resolver esse incidente, e assim que for resolvido; telefonarei para a senhora.
Estava
bem próximo o mês de julho, e a facção política pretendia reeleição.
Foi
realizada uma reunião de toda cúpula que lotava o quadro do executivo, a fim de
ter uma resolução formal para todos os subordinados da saúde:
- Por favor, serei claro e objetivo, coloco o meu nome para reeleição, assim sendo,
conto com todo interesse, serviços de vocês, principalmente para os usuários da
saúde, devem a eles, respeito, transparência, responsabilidade. Não admitirei
reclamação dos contribuintes. Quem não executar suas tarefas com amor,
educação, irá para o olho da rua.
As
facções políticas estavam acirradas para concorrerem às eleições. Na festa da
cidade, com a presença do Governador estava presente com discurso pronto; as
reformas da escola e da rede Saneamento básico.
O
povo estava exigente e queriam explicação, apuração e punição, já que os grãos
que vieram para distribuir com os mais necessitados estavam sendo vendido num
armazém da cidade.
Um movimento popular que não fazia festas, cumpria seu papel
de cidadão, estava lá, bem em frente ao
palanque oficial, portando uma faixa com os dizeres citados...
Sentindo-se
ofendido, o administrador reagiu, apresentando queixa na policia. No julgamento
do inquérito, o promotor público achou que não havia crime. Teve inicio uma
nova era acabou o promissor enganoso. Veio o futuro que promete e não fez, por
mais de três anos deu um branco na cidade. Só agora aparece o seu rosto
verdadeiro, em época de eleições; cabos eleitorais desperdiçam toneladas de
papel para ganhar uns míseros trocados. Cabos eleitorais pagos, desinformados,
sem saber quase nada sobre o candidato ou o partido que promovem.
Estava eu
levitando com tantas e tantas perguntas e fazia os meus próprios comentários
aos questionamentos: Quando:
- Mamãe o telefone! - Alô! Sim e da casa de
Andre Zinho. – “Liguei para informar que foi encontrado um pedido para consulta
de seu filho com um pediatra.
Estamos
colocando a casa em dia... Só a Senhora vendo, encontramos uma verdadeira zona.
Uma bagunça tremenda... Assim sendo, amanhã às 9 horas, no consultório sete, o
pediatra estará à espera do paciente. -
Meu filho estará aí com certeza. Assim
chegou o dia tão esperado, Andre Zinho ao entrar no ambulatório foi logo procurando a sala sete... Entrou...
Arrasta uma cadeira e senta-se, após de um caloroso Bom Dia ao Médico; este,
fixa bem para o paciente e estranha:
-
Sou pediatra; como é que um adulto marca consulta com um médico infantil.?
Será que aqui no Brasil é diferente? - Que absurdo, não é, Doutor? Por aí, o
Senhor pode calcular a quanto tempo estou nesta fila.
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